Dados da Organização Mundial de Saúde mostram que mais de 300 milhões de pessoas no mundo sofrem com a depressão, configurando-se como um grave problema de saúde pública, associado à altas taxas de morbidade e mortalidade. As mulheres possuem duas vezes mais chances de desenvolver a doença, normalmente com início entre 20 e 40 anos.
Ter sentimentos de tristeza, infelicidade e melancolia fazem parte do ser humano, ocorrem diariamente com a maioria das pessoas e nos acompanham desde a antiguidade. Tais sentimentos podem estar relacionados com acontecimentos da vida cotidiana e melhoram após alguns dias. Contudo, quando estes sentimentos são persistentes, associados a outros sintomas e acarretando prejuízos físicos, sociais e psicológicos podem significar um transtorno depressivo.
Sinais e sintomas
Apesar da tristeza ser a principal característica do estado depressivo, outros sintomas podem estar presentes, como:
- Perda de interesse e de produtividade
- Sentimentos de culpa
- Ideação suicida
- Irritabilidade
- Falta de energia
- Alteração do apetite
- Distúrbios de sono e de concentração
- Dores difusas
- Lentidão
- Menor capacidade de interação social
- Isolamento
- Diminuição da vontade de ter relação sexual
A depressão tem cura?
Sim. A depressão pode ser curada após o tratamento adequado, com acompanhamento psicoterápico, uso de medicamentos e mudanças no estilo de vida, buscando sempre a remissão completa dos sintomas. Os antidepressivos melhoram cerca de 60 a 70% dos sintomas em cerca de seis semanas, seus efeitos iniciam-se a partir de duas semanas de tratamento.
Também é objetivo do tratamento reduzir o risco de recaída ou recorrência da doença. Com o decorrer do tempo, os episódios tendem a ser mais graves e frequentes. Por isso, o acompanhamento e manutenção adequado precisam ser mantidos por 9 a 12 meses após a remissão do episódio.
Apesar de frequente, o transtorno depressivo continua sendo pouco diagnosticado e tratado de forma inadequada no Brasil e no mundo. Cabe ressaltar, que quando não tratada, a depressão pode se tornar muito grave com o indivíduo perdendo completamente o desejo de viver, levando inclusive ao suicídio.
Referências
Organização Mundial de Saúde-OMS. Depressão e outros transtornos mentais comuns: estimativas globais de saúde [Internet]. Genebra: OMS; 2017.
Silveira, DX. Fidaldo TM. Manual de Psiquiatria. São Paulo: Roca, 2014.
Casseli, DDN et al. Comorbidity between depression, anxiety and obesity and treatment complications. Research, Society and Development, v. 10, n. 1, 2021.